quarta-feira, 15 de junho de 2011

SÃO CRISTÓVÃO


Relatório referente seminário sobre São Cristóvão no dia 13 de junho de 2011 às 09h00min como parte das atividades da disciplina Temas de História de Sergipe I lecionada pelo professor Dr. Antônio Lindvaldo Souza. Com a participação dos alunos da Universidade Federal de Sergipe.
O seminário foi dividido em duas partes. A primeira está relacionada à fundação da vila de São Cristóvão, que primeiramente foi conquistada por meio da guerra justa, com a participação dos criadores de gado e a Coroa portuguesa. Tendo como motivo, além do interesse comercial, em expandir os currais desses criadores de gado, os quais serviriam aos engenhos de açúcar do Recôncavo baiano, tem também a questão de ligar Pernambuco á Bahia, e como estopim expulsar os franceses que mantinham relações com os Tupinambás e pretendiam atacar Salvador.
Mas temos que entender que esses criadores de gado que dizimaram tantos povos indígenas eram frutos do seu tempo. Portanto, eles acreditavam que o homem tinha o direito de usufruir e até mesmo destruir a natureza para sobreviver. Portanto, o índio é visto como parte dessa natureza, como um animal, assim sendo, esses “curraleiros” acreditavam que poderiam destruir esses povos indígenas ou escravizá-los.
A primeira tentativa para conquistar o território sergipano foi em 1575, comandada por Luiz de Brito, mas essa tentativa fracassou. Mas em 1590, finalmente Sergipe é conquista por Cristóvão de Barro, e em seguida ele mesmo funda a vila de São Cristóvão. Entretanto, a fundação de centros urbanos na colônia, inclusive São Cristóvão, é visto por dois pontos de vista.
O primeiro pelos autores clássicos como Sergio Buarque de Holanda, afirmam que esses centros urbanos portugueses tinham a função econômica, servindo de entreposto para as propriedades rurais e fins burocráticos. Eram vistas como mal planejadas; que não se desenvolviam; e se concentravam apenas no litoral para ligar os engenhos de açúcar ao comercio europeu. Como o próprio Sergio Buarque de Holanda diz, essas vilas eram na verdade um “desleixo” da Coroa portuguesa. Totalmente ao contrario do que acontecia nas colônias espanholas, as quais eram vistas como extensão da metrópole, bem planejas, desenvolvidas, e, sobretudo localizadas no interior onde o clima era mais parecido com o que eles estavam acostumados na Europa.
Mas o segundo ponto, defendido por Ronald Raminelle é que esses centros urbanos não serviam apenas para o interesse comercial e burocrático. Era também uma expansão da cristandade, pois, podemos observar que São Cristóvão, como muitas outras vilas possuíam muitas construções de caráter religioso, como igrejas e conventos. Serviam também para continuar a colonizar a área depois de “pacificada”, com as construções de fortificações; limitar o poder dos senhores de engenhos e criadores de gado e lembrar que aquele território pertencia a Coroa portuguesa, com a presença do Pelourinho e a Casa da Foca, como formas de castigos para que praticasse algum delito.
Assim foi o processo de fundação de São Cristóvão juntamente com seus motivos, comparando com duas tendências historiográficas, uma defendida pelos autores clássicos, como Sergio Buarque de Holanda, e outra defendida por Ronald Ramille.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

GARCIA D´AVILA

A propriedade:

            Muitos autores interpretam o papel dos Ávila de várias maneiras, mas uma das principais é sua missão de conquista. Mas para entendermos como isso foi possível, temos primeiramente termos conhecimento das circunstancias que proporcionaram tal façanha. Refiro-me do seu poder, econômico, político e ate mesmo bélico.

A imensidão da Casa da Torre é tão grande, que chega mesmo ser tida como maior que muitos reinos, que se expandiu por vários Estados do Nordeste brasileiro. Tendo como sede dessa grande latifúndio a Casa da Torre, localizada na Praia do Forte, que é chamada até mesmo de Castelo ou Solar feudal. Tamanha é a sua importância neste vasto poder territorial.

Seu latifúndio começa através da doação de Tomé de Souza ao 1º Garcia D´Avila de  sesmarias terras ao norte de Salvador. A partir daí começa o empreendimento “curralista” dos Ávila. Antes mesmo do fim do governo de Tomé de Souza Garcia D´Avila já se tornará um rico proprietário de currais. Em menos de 20 anos ampliou seu domínio. É importante ressaltar que Garcia D´Avila era protegido de Tomé de Souza, sendo pessoa de confiança do Governador, ajudando-o na instalação do Governo-Geral.

Por haver bastante vinculo entre Tomé de Souza e seu protegido Garcia D´Avila, ocasionando o oferecimento de benefícios do primeiro para com o segundo, surge a hipótese, defendida por Moniz Bandeira, de que Garcia D´Avila, jovem enérgico, autoritário e audacioso, era filho bastardo de Tomé de Souza. A partir daí seus descendentes aumentarão cada vez mais o vasto patrimônio da família Ávila, pois Garcia D´Avila tornar-se-á o verdadeiro herdeiro de Tomé de Souza. Mas para ampliar seus currais de gado e sua fortuna, continuava adentrando os sertões à frente de suas forças armadas, formada a maioria por índios.

Esse aumento de poderio está relacionado à conquista e incorporação de várias regiões à suas terras, tido como maiores que muitos reinos. Segundo Ângelo Emilio, graças aos abusos de poder, principalmente em relação aos índios, a qual muitos foram dizimados. Já Moniz Bandeira, relaciona Garcia D´Avila como desbravador, adentrando os sertões juntamente com suas tropas portugueses e índios mansos. Sendo que estas terras pertencentes à casa da Torre eram sesmarias de vários Estados do Nordeste, inclusive Sergipe. Criando assim um grande monopólio, tornando a população livre dependente deste latifundiário. É tido, propriamente dito como um sistema feudalista, o qual Muniz Bandeira já intitula em sua obra “O Feudo”, defendendo essa idéia, de que a Casa da Torre, corresponde a um feudalismo. Pois, por gerações deteve uma grande área territorial, poder econômico, político e bélico. Sendo que, a imensidão do território no sertão nordestino, abrange recursos naturais privilegiados, assim territórios vizinhos tonam-se dependentes da Casa da Torre.

Já Capistrano de Abreu em Capítulos da História Colonial diz que para Garcia D´Avila construir seu patrimônio precisou apenas da sua influencia política sobre as autoridades de Salvador, gastando assim apenas, “papel e tinta em requerimento de sesmarias.” Garcia D´Avila tornou-se o homem com mais prestígio político na Bahia, no final do século XVI, até a sua morte. Assim, seus herdeiros e sesmeiros tiveram muito prestígio na ocupação do território sergipano.

Índios, missionários e currais:

Segundo a historiografia baiana e Muniz Bandeira em O Feudo, os Avila, são tidos como heróis e civilizados, mas Ângelo Emilio, em sua tese defende a idéia de que para a expansão da pecuária no sertão nordestino está relacionado ao massacre de vários povos indignas.

Os mamelucos e as tentativas de integração:

Mesmo massacrando muitos índios, outros mantinham forte relação com a Ávila, principalmente frutos da miscigenação, tornando-se a base do seu exercito em suas expedições. Portanto, havia um grande controle sobre os índios para sua defesa ou como mão-de-obra para serviços, e os mamelucos era estratégico pra atingir seus objetivos. Assim, essa relação com os índios além de garantir a defensa da Casa da Torre, Garcia D´Avila se defendia das acusações de não dar importância as salvação  das almas.

Mas seus índios não tinham propósito catequético, pois seus interesses econômicos falavam mais alto. Para Garcia D´Avila interessava somente a conquista e expansão do seu patrimônio, pouco estava preocupado com as almas dos povos indígenas, assim aqueles não se uniam a ele dizimados. Entretanto, deve-se ressaltar que Garcia D´Avila era fruto do seu tempo, portanto, havia a idéia que o homem tinha o direito de desfrutar totalmente da natureza, mesmo que fosse preciso destruí-la, e o índio, era visto como parte dessa natureza, consequentemente, poderia ser usufruído ou destruído pelos brancos.

A expansão da pecuária e guerra nos sertões:

Ordens religiosas que desenvolviam trabalhos missionarios, sofreram oposição dos colonos. Em relação à região do São Francisco, houve o confronto entre jesuítas e a Casa da Torre, sendo essa destruindo várias missões, ofensas de ambas a partes, e ajuda à Coroa e à Igreja.

Mas mesmo assim as conquistas continuaram, e os currais da Casa da Torre avançam cada vez mais trazendo consigo confrontos armados. Afinal, as terras propícias ao pasto, eram também, uteis a agricultura dos povos indígenas, mas esses não aceitariam que suas terras fossem tomadas sem fazer nada a respeitos. Consequentemente, começa-se a resistência dos gentios, ocasionando na guerra entre Garcia D´Avila e os índios.

As ações da Casa da Torre não ocasionaram somente a desapropriações de terras dos indígenas, mas também a escravização desses povos nos trabalhos na pecuária, e os que resistiam eram castigados, além da comercialização desses escravos. Portanto, os Ávilas destruíram e dizimaram povos indígenas no território sergipano, em razão da expansão da pecuária, pois para eles o interesse econômico era muito mais importante.

Em Sergipe a conquista se intensificou no governo de Luiz de Brito, que tinha interesse de anexar o território sergipano ao seu domínio, a capitania da Bahia, e Almeida, prosseguindo os seguintes governos. Mas a conquista do território sergipano se consolidou de fato com a campanha dirigida por Cristóvão de Barros em 1590, fundando a cidade de São Cristóvão e implantando a Capitania de Sergipe Del Rey. Garcia D´Avila financiou as tropas e abastecimentos dessas, forneceu muitos índios mansos para compor as tropas,  alem do uso de todo seu prestígio político, pois os próprios criadores de gado instigaram Luiz de Brito na luta arma. Sendo Garcia D´Avila, quem mais ganhou terras em Sergipe depois de sua conquista, pois seu interesse econômico via nessas terras bons pastos para expansão  de sua criação de gado.

Assim, o Governo luso-espanhol, junto com autoridades baianas, optou pela guerra para colonizar e conquistar o território entre o Rio Real e o São Francisco, pois a catequese inaciana iniciada em 1575 não tinha vantagens econômicas para a Coroa e criadores de gados.

Havia grandes interesses em conquistar essa localidade. Pois a expansão da criação de gado nessa área proporcionaria a ligação do território da Bahia e Pernambuco, abastecendo assim, os grandes engenhos de açúcar desses Estados, portanto, servia de apoio as grandes Capitanias baianas e pernambucanas. Podemos ressaltar a frase de Felisbelo Freire, a qual dizia que “antes do sergipano ser lavrador, foi pastor”. Com essa frase podemos perceber que depois da colonização, feita de forma violenta por Cristóvão de Barros e financiada por Garcia D´Avila, o qual os Tupinambás saíram derrotados, a origem da identidade sergipana esta ligada á cultura pastoril, segundo Freire.

Maria Thetis Nunes, em Sergipe Colonial I compreende essa empreitada como interesse dos proprietários como parte da expansão açucareira e da criação de gados baianos. Reconhecendo a importância da Casa da Torre no processo de colonização de Sergipe.

 Há também outras duas questões. A primeira é que essa região do Rio Real até São Francisco, por não ser ainda conquistada pela coroa portuguesa, favoreceu a entrada de franceses, que mantinham até mesmo relações com índios da região, colocando em perigo Salvador, capital da colônia. Portanto, era necessário à Coroa portuguesa integrar essa área a administração de capitania, como no restante do Brasil. A segunda questão é que Sergipe servia de refúgios de índios fugidos da Bahia, pois eram perseguidos para se tornem escravos.

Mas antes de 1590 houve outras tentativas de Garcia D´Avila para conquistar os sertões. Como em março de 1550, partiu com suas tropas para subjugar aldeias Tupinambás, hostis à colonização. Os indígenas resistiram, mas acabaram sendo derrotados, e acabaram sendo submetidos à escravidão. Cumprindo assim as ordens da Coroa portuguesa e de Tomé de Souza. Portanto, Garcia D´Avila prestou bastante serviços à Coroa, o que acabou também ajudando na sua posse das sesmarias.

A economia e a consolidação do patrimônio:

O patrimônio da Casa da Torre está relacionado intimamente com a família Garcia D´Avila e seus descendeste diretos ou indiretos. A qual envolve fazendas, pessoas e poderes no território nordestino. Assim, essa descendência acumulou bens e poderes entre os familiares e autoridades. Ou seja, o patrimônio da Casa da Torre esta relacionado ao acumulo de poderes econômicos e políticos de geração a geração dos Ávila. Tudo isso, começando com os primeiros currais. Um importante detalhe é observar que Garcia D´Avila com apenas 24 anos de idade já era o homem mais poderoso e rico da Bahia, mesmo aparentemente  não sendo de linhagem nobre.

Currais, arrendamentos e abastecimento:

A base fundamental da economia da Casa da Torre no território sergipano foi a pecuária. Pra se ter uma idéia, pouco tempo depois que Garcia D´Avila  começou seu investimento na criação de gado, logo começou a faturar enormes quantias em dinheiros. Sendo esse progresso cada vez maior, tendo a necessidade cada vez mais de aumentar seu território para a pecuária, assim, Tomé de Souza mais uma vez lhe cedeu consideráveis pedaços de terras. Há também no vale do Rio São Francisco lambedouros naturais de sal.

Outros negócios da casa:

A pecuária era a base fundamental da Casa, mas a nível de curiosidade é interessante também saber que  houve a busca de metais e pedras preciosas e desenvolvimento de algumas culturas agrícolas, houve também a exploração de salitre.


segunda-feira, 23 de maio de 2011

BEATRIZ GÓIS DANTAS

Relatório referente à ao vídeo sobre Beatriz Góis Dantas no dia 16 de maio de 2011 às 09h00minh como parte das atividades da disciplina Temas de História de Sergipe I lecionada pelo professor Dr. Antônio Lindvaldo Souza. Com a participação dos alunos da Universidade Federal de Sergipe, do curso de graduação em História, primeiro período.
Beatriz Góis Dantas ensinou antropologia durante trinta anos. Inicialmente na Faculdade Católica de Filosofia, posteriormente na Universidade Federal de Sergipe. Sua graduação é em Geografia e História, mas antropologia tinha uma carga muito grande nesses cursos. Fez mestrado em antropologia social na UNICAMP, e em seguida, voltou a Sergipe, onde continuou sua vida de professora e pesquisadora, juntamente com o Prof. Ibarê Dantas, também pesquisador e seu marido. Ensinou antropologia em várias matérias, dos mais diversos cursos, além dos cursos de especialização em Ciências Sociais e Educação.
Sergipe sempre foi o foco de suas pesquisas. Ao logo de vários anos, dedicou-se a pesquisar temas variados, tanto do folclore, dos cultos afro-brasileiros, das formas da religiosidade católica popular, etno-história indígena e mais recentemente o artesanato. Desses trabalhos alguns resultaram em livros, como por exemplo, A Taieira de Sergipe, Vovô Naruba, pai Branco, Terra dos índios Xocó, instrumentos de pesquisas sobre índios, estudo referente ao artesanato, como renda, cerâmica, publicou também Rendas e rendeiras no São Francisco. Tem também trabalhado em parcerias, publicando obras coletivas, com diferentes autores, como por exemplo, Rio sem história: leitura sobre o São Francisco, Caminhos da Alma, Atlas Escolar de Sergipe. Ainda referente aos seus livros publicados, tem alguns fundamentais que é o livro História dos índios no Brasil e Textos para a História de Sergipe.
Desenvolveu pesquisas, como tema central os índios em Sergipe, o qual surgiu esse interesse muito cedo em sala de aula, pois os alunos sempre perguntavam sobre a história dos índios em Sergipe. Sendo que na bibliografia da época não se encontrava respostas para tal questionamento, tornando assim, um desafio também para Beatriz Góis Dantas.
No século XIX nos tínhamos cinco aldeias reconhecidas oficialmente como locais de povoações indígenas. Mas, na segunda metade do século essas aldeias desaparecem, não era mais interesse dos escritores da época, e o que se tinha eram apenas caboclos. Assim, surge a dúvida para se saber o que aconteceu com essas aldeias. A partir dessa questão, juntamente com alunos, partiram para os arquivos. Tinha como plano, descobrir a história dessas aldeias, saber o que aconteceu com essas com essas tribos na segunda metade do século XIX. Para seu trabalho sobre os índios, o arquivo público foi fundamental para as descobertas de documentos sobre seu tema.
A avaliação de Beatriz de como vê os índios em Sergipe tem um papel no seguinte sentido, retornou um tema que já tinha sido trabalhado por Felisbelo Freire e Felte Bezerra. Mas seu trabalho tem enfoque no índio, tornando-o objeto de estudo. De certa maneira, conseguiu desvendar o mistério sobre o que aconteceu com índios no século XIX. Sendo que na primeira metade do século eram reconhecidos como índios e o próprio governo mandava missionários para catequizar os índios, entretanto, na segunda metade do século esses indígenas passam a ser silenciados, pois começa-se a dizer que não há mais índios, que não possuem características indígenas, e si simplesmente mestiços. Góis associa isso a questão das terras, a qual a legislação, as aldeias possuíam terras, que eram cobiçadas pelos fazendeiros, gerando assim conflitos entres esses dois grupos. Portanto, o governo, nega a existência dos índios, afirmando de que havia eram mestiços, consequentemente não teriam direito a terras, pois se estivessem misturados ao resto na sociedade, eram considerados caboclos e perdiam o direito das terras.
Por lado, vem uma questão pratica que com essa documentação serve de substrato, para que na década de 70, os remanescentes da tribo Xocó, que lutavam para retomada de seu reconhecimento como índio, conseguem essa identidade indígena oferecida pelo FUNAI. Não somente pelo Xocó, mas várias tribos são conseguem o reconhecimento de sua identidade étnica. Outra vertente é a questão desses documentos como fonte de pesquisa para outros trabalhos.
Contudo, esse trabalho árduo, que consome uma grande quantidade tempo, é ingrato. Pois, não é reconhecido, nem oferece notoriedade, como merece. Todo grande esforço usado para realizar essas pesquisas não é levado em consideração como merece. Deveria haver o reconhecimento, para minucioso e exalto trabalho realizado.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Carta de Tolosa



De forma ilustrativa, esse video nos mostra a convocação a Gaspar Lourenço feita pelos indio para catequiza-los, segundo Inacio de Tolosa.


http://www.youtube.com/watch?v=GoDN4TbrdqI

domingo, 24 de abril de 2011

GASPAR LOURENÇO

Teia social:

·         Nasceu em Portugal;

·         Aos 14 anos mudou-se para o Brasil – Bahia – a partir daí começou a estudar com os jesuítas;

·         Estudou no Colégio Piratininga;

·         Teve como formadores: José de Anchieta e Leonardo Nunes;

·         Recebeu influencia também de Luiz de Grã;

·         Ordenou-se padre e entrou para Companhia de Jesus;

·         Como jesuíta participou de missões em: Aldeia de São João; do norte ao sul da Bahia, até Capitania de Ilhéus; Santo Antônio – próximo ao Rio Real; Sergipe – Rio Real até Rio São Francisco;

·         Interesse político e religioso nas missões;

·         Ótimo “língua” (conhecia muito bem o idioma Tupi) e também ótimo orador;

·         Contato com as aldeias e outros povos;

·         Une as diferentes tribos, os índios tinham que se apaziguar, através do cristianismo.



Teia simbólica:



·         Igreja Católica;

·         Companhia de Jesus;

·         Salvação das almas;

·         Divindade;

·         Inferno, purgatório, céu;

·         Missa;

·         Catequese;

·         Língua Tupi – maior contato com os nativos, portanto bem recebido;

·         Acordo da Igreja com o Estado;

·         Reforma e Contra-Reforma – a Igreja precisava de novos adeptos, Gaspar segue a Contra-Reforma;

·         Fruto do seu tempo – século XVI

·         Seu país – Portugal – é católico;

·         Contado com outros povos que não conhece a Igreja nem a cultura do “Velho Mundo”;

·         Recebe a influência dos outros povos.

sábado, 23 de abril de 2011

TOMAR DO GERÚ

Relatório referente à ida a Igreja em Tomar do Gerú no dia 16 de abril de 2011 como parte das atividades da disciplina Temas de História de Sergipe I lecionada pelo professor Dr. Antônio Lindvaldo Souza. Com a participação dos alunos da Universidade Federal de Sergipe.

Tomar do Gerú é uma cidade no interior do estado de Sergipe, mas a visita se limitou apenas em conhecer a igreja fundada pelos jesuítas. Ao chegar, percebe-se que do lado de fora da igreja possui apenas uma torre e que há escrito na acima da porta, 1688 em algarismo romano.

Ao entrar notam-se logo os lindos detalhes de ouro que a igreja possui no altar e ao redor desse mesmo. Esses detalhes são arte barroco bastante carregado e rabiscado, com pequena influencia da arte chinesa. O significado de tanto ouro é para mostrar o glamour, a grandeza e para que os fieis se sentisse inferiores em relação a Deus. Sendo a própria arte barroca mostrando que o homem é passageiro.

O altar é composto por degraus, mostrando um “caminho para os céus”, e há também um detalhe em forma de cortina de ouro abrindo-se para o Jesus Cristo, que estar representado em forma de escultura. Há também imagens de outros santos, como Nossa Senhora do Socorro, padroeira da igreja; Santo Inácio de Loiola e São Francisco de Xavier, fundadores da Companhia de Jesus, Santo Antônio e anjos. Um detalhe bastante interessa são as imagens de anjos e Atlantes segurando o altar.

Há bastantes portas e janelas, todas elas são verdes e as paredes são brancas, sendo que nessas paredes encontram-se imagens das fases de Jesus Cristo, para melhor ensinar aos índios a catequese. Hoje a igreja possui assentos, mas antigamente as pessoas tinham que levar seus próprios bancos. Nas laterais há corredores, no chão possui alguns túmulos de pessoas importantes e no teto existe o Esplendor, com o símbolo da Companhia de Jesus, que significa “Jesus Hominus Salvatore”

Agora sobre a história do local, começa com os Carmelitas, pois esse território pertencia a eles e foi vendido em 1683 aos jesuítas inacianos. Em 1688, começa a missão em Tomar do Gerú por esses jesuítas que queriam catequizar os nativos Kirirí, construindo assim a igreja para desenvolver suas missões. Em 1692 a missão torna-se residente, em dois anos apenas vintes índios não estavam catequizados, logo depois a missão tornou-se vila graças ao Rei de Portugal.

A forma que utilizavam para conquistar os índios era através de pinturas, missas e alegorias, mas depois de um tempo esses povos perceberam que estavam perdendo sua cultura. Até hoje o FUNAI, tenta recuperar a cultura que os nativos perderam com a chegada dos portugueses.

Com a política do Marquês de Pombal, influenciado por ideais iluministas, os jesuítas foram expulsos do território. Assim, a vila torna-se aldeia, e para o Marquês os indígenas eram os verdadeiros donos da terra, então, esses povos assumiram cargos públicos dessa região, mas eles não tinham conhecimento suficiente para isso, pois não conheciam as leis. Tendo ainda, muitos senhores de engenho interessado nas terras, muitos desses nativos viraram lavradores ou se deslocaram para Cristinópolis.

Hoje em dia a igreja é tombada e bastante conservada, isso por dois motivos. Primeiro porque ela ainda possui utilidades, ou seja, ainda acontece nessa igreja ritual religiosos. O segundo motivo é devido à conscientização que feitas às crianças para preservarem esse patrimônio cultural.








As fotos acima são de autoria de Livia Helena Barros










FAZENDA-COLÉGIO TEJUPEBA

Relatório referente à ida a fazenda-colégio Tejupeba no dia 16 de abril de 2011 às 08h00min como parte das atividades da disciplina Temas de História de Sergipe I lecionada pelo professor Dr. Antônio Lindvaldo Souza. Com a participação dos alunos da Universidade Federal de Sergipe.

Tejupeba esta situada em Itaporanga, interior de Sergipe A visita a fazenda se limitou apenas a conhecer o colégio e a igreja, fundada pelos jesuítas, em suas missões de catequizar os nativos da região.

Começando pela primeira impressão que se tem ao chegar, em relação ao colégio observa-se que por fora parece ter três andares, mas na verdade são dois, e que possui uma varanda com detalhes de asa de morcego. O colégio estar situado em frente à igreja, pois no cotidiano havia circulação de pessoas.

Ao entrar, percebe-se que o térreo é composto por três partes e que o telhado, que também é o chão do primeiro andar, pilastras, assoalhos, portas e janelas, são de madeiras. Há também bastantes portas e janelas, inclusive para que se tenha uma idéia no térreo são, três portas na frente, seis portas laterais e duas portas centrais. Existe uma escada para subir para o primeiro andar, também de madeira e que possui um corrimão e abaixo da mesma há um quartinho, tipo um almoxarifado.

Nessa parte de cima, o chão em algumas partes possui um pequeno declive, como uma ladeira. Há também bastantes portas e janelas, inclusive muitas janelas ao alto, perto do teto, esse feito de telhado. Os cômodos são ligados com uma porta entre eles. Todo colégio em si possui bastantes cômodos e todas as suas portas e janelas são verdes e paredes brancas.

Agora, a primeira impressão que se tem em relação à igreja, são os óculos, como detalhe arquitetônico na partes exterior. Há também bastantes portas e janelas, todas elas também verde, paredes brancas e altar branco com azul. O chão é composto por um piso parecido com tijolos, há também túmulos de pessoas importantes da região como o Barão e a Baronesa de Estância, sendo três túmulos perto do altar e seis no fundo da igreja. Outro detalhe importante são corredores nas laterais e uma escada de madeira com acesso para o primeiro andar.

Para um melhor entendimento dessa arquitetura há uma razão para cada característica, inclusive algumas já foram expostas. Primeiramente, a razão para tantas portas e janelas é devido à ventilação. As paredes são brancas porque além de clarear o local, era mais fácil o acesso a pedras de calcário. Inclusive, essas paredes eram feitas de taipas. Os corredores da igreja eram para os negros assistirem as missas sem terem que entrar nas igrejas juntamente com os brancos. Alias, não havia assento, as pessoas traziam seus próprios bancos. Por fim, os túmulos na frente eram padres enterrados, no fundo personalidades da região.

Sobre um pouco da história do local, começa com a fundação feita pelos jesuítas, tanto da igreja como do colégio, inclusive foram bem recebidos pelos índios do local. Usaram o colégio tanto para catequizar esses nativos como também para morar, por isso o local é repleto de cômodos. Mas essa fazenda não tinha apenas como função as missões de evangelizar, mas também função administrativa havia gado, cana-de-açúcar, queijo, curral. Por isso que nome fazenda-colégio, pois tinha como objetivo a expansão da cristandade, colonização de forma pacífica e funções administrativas.

Mas com a política do Marques de Pombal, influenciado por idéias iluministas, expulsou todos os jesuítas do território brasileiros, incluindo é claro os missionários de Tejupeba. Portanto, os objetos do local foram leiloados, como também a fazenda, pois o território era amplo, próximo do Rio Vazas-Barris, facilitando o escoamento de produtos, estratégia contra os inimigos e fertilizando a região em épocas de cheias, além da grande quantidade de madeiras boa na região.

Depois do leilão bastante disputado, o felizardo comprador foi Antônio Dias Coelho, aplicando no local a criação de gado. Em seguida, seu filho, futuro Barão de Estância, transforma o local em um engenho de açúcar, que estava em alta no Cotinguiba, usando a tecnologia a vapor.

Em seguida Tejupeba foi vendida para Nicola Mandarino, um rico comerciante italiano, que foi acusado de delator durante a Segunda Guerra Mundial, quando Sergipe foi atacada pelos torpedeamentos de submarinos alemães.

Em 1943, tanto a igreja como o colégio foram tombados, mas não são conservados, o local esta muito deteriorado, um insulto ao patrimônio cultural. Até pouco tempo havia rituais religiosos na igreja, provavelmente se continuasse ter alguma serventia ainda estaria conservado, pois as pessoas como também as autoridades tem a mania de conservar apenas aquilo que esta um uso, caso contrario estão a mercê dos estragos do tempo. Como ocorreu com Tejupeba.









Fotos de autoria de Livia Helena Barros